sexta-feira, 7 de junho de 2013 às 14:45
         Lembro do momento que o olhei pela primeira vez.
Naquele instante achei que estava em um daqueles sonhos que sempre tive, todas as noites ao ter meu sono velado pelo som da respiração dele. Mas dessa vez, não teve som de alguém batendo na porta pra me acordar. Confesso que por um segundo esperei que algo fosse me tirar desse sonho, mas no segundo seguinte estava abraçada com ele e junto com as batidas de seu coração, que se confundiam com as batidas frenéticas do meu, veio à certeza que aquilo tudo, toda aquela sensação surreal, era real.
    Relembrei por meio milésimo de segundo todos os discursos que tinha preparado pra dizer no momento em que o visse, mas faltavam às palavras, faltava a força, faltava o ar. Ver ele tão perto e sentir o abraço dele me mantendo de pé, me fez esquecer de respirar. E quando relembrei de fazê-lo, pude reparar bem em todos os detalhes que eu já tinha visto só naquele primeiro olhar que trocamos. 
     Senti vontade de dizer que tudo nele me agradava, me encantava, me parecia certo e feito só pra mim. Desde o seu sorriso nervoso, até o seu sinal no olho. Desde seus lindos cabelos lisos e pretos até aquilo que ele considera seu maior defeito. Como? Como pode alguém se achar imperfeito se tudo que eu conseguia enxergar era aquele que me tira o ar e que eu quero que seja meu pra sempre?
  E com isso veio a vontade de bater, de brigar. A vontade de dizer pra ele parar de se diminuir. Como ele poderia não se amar? Mas lembrei que ele não sabia de nada e que era pra isso que eu tinha atravessado o país. Para o ensinar. Para ensiná-lo que ele é o cara mais incrível do mundo e que existia sim, alguém com amor suficiente para o dar. 
      Mas não dava pra brigar, consegui no máximo dizer:  - Você não sabe de nada, e estava novamente distraída com as linhas do rosto dele, distraída com a pele dele que parecia ter sido feita pra eu passar o resto da vida acariciando. E depois do meu 'You know nothing' e das minhas inúmeras tentativas nervosas de acalma-lo, ele me olhou e disse que me amava. Foi um "eu te amo" tímido e nervoso, mas foi o suficiente pra dar a paz e a felicidade que eu achava que conhecia, mas que nunca havia sentido, não até aquele momento.
              E foi assim, que a certeza que eu já tinha foi reforçada: é ele que eu sempre vou querer comigo, até quando não restar mais nada. 
  

0 comentários

Postar um comentário

- | Powered by Blogger | Entries (RSS) | Comments (RSS) | Designed by MB Web Design | XML Coded By Cahayabiru.com Distribuído por Templates